Este artigo, escrito por Luís Pinho, Country Director da Helexia Portugal, para o Jornal Económico, destaca a importância da taxonomia europeia como ferramenta essencial para orientar investimentos sustentáveis e impulsionar a eletrificação da economia, um dos caminhos mais eficazes para reduzir emissões e aumentar a eficiência energética.
A transição para uma economia sustentável mais que uma ambição, é uma necessidade urgente para cumprir as metas climáticas e energéticas da União Europeia. A redução das emissões de carbono, a melhoria da eficiência energética e a descarbonização dos setores produtivos são pilares fundamentais para uma economia mais resiliente e competitiva. Para orientar investimentos e assegurar que as decisões empresariais estão alinhadas com os objetivos ambientais, foi criada a Taxonomia Europeia – um sistema de classificação que define quais atividades económicas podem ser consideradas sustentáveis.
Esta ferramenta ajuda empresas e investidores a navegarem num cenário cada vez mais exigente, onde critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) são fundamentais para garantir o acesso a financiamento e a novos mercados. Os fundos de investimento e as instituições financeiras olham cada vez mais para projetos que estejam alinhados com os princípios da taxonomia, tornando-se essencial para as empresas adotarem estratégias que reforcem o seu compromisso com a sustentabilidade.
Mas entender o que é sustentável não basta. É preciso agir. E um dos caminhos mais eficazes para reduzir emissões e aumentar a eficiência energética é a eletrificação da economia, com a utilização de energias limpas, de preferência em modelo de autoconsumo. Esta abordagem promove a democratização do acesso à energia renovável, reduzindo perdas por transmissão e otimizando a utilização dos recursos naturais. Se um processo pode ser eletrificado, pode (tem que) ser descarbonizado!
A substituição de combustíveis fósseis por energia de fontes renováveis é um passo essencial para tornar setores como a indústria, os transportes e os edifícios mais eficientes e competitivos. Na indústria, por exemplo, alguns processos que tradicionalmente dependem de gás ou carvão podem ser eletrificados, utilizando tecnologias mais limpas e integradas com produção solar. Para setores que necessitam de fornecimento contínuo de calor e energia, soluções como sistemas de armazenamento térmico são uma excelente opção. Estas tecnologias garantem operações 24/7, reduzem a dependência de fontes fósseis e otimizam custos operacionais.
Nos transportes, a eletrificação tem-se mostrado um caminho cada vez mais óbvio e com uma adoção cada vez mais rápida e harmonizada entre utilizadores, fabricantes automóveis e fornecedores de infraestrutura de carregamento. O avanço da mobilidade elétrica, impulsionado pelo desenvolvimento de baterias mais eficientes e pelo crescimento da infraestrutura de carregamento, está a permitir uma transição acelerada para um modelo mais sustentável. O mesmo se aplica aos edifícios, onde a eletrificação dos sistemas de climatização e aquecimento de água pode reduzir significativamente o consumo energético e as emissões de carbono.
