3D para a transição energética: Descarbonizar, Descentralizar, Digitalizar.

Descarbonizar, Descentralizar e Digitalizar são essenciais na transformação do modelo económico para uma sociedade de baixo carbono. Juntos, impulsionam uma nova forma de produzir, consumir e gerir energia — mais limpa, eficiente e resiliente — aproximando-nos de um futuro mais sustentável e competitivo.

Comunicação 3D

Neste artigo “3D da transição energética: Descarbonizar, Descentralizar, Digitalizar”, assinado por João Guerra, Marketing & Communication Director da Helexia Portugal, marca a estreia da série “Comunicação 3D” — uma colaboração entre a Helexia Portugal e a plataforma WELECTRIC. Nesta nova rubrica, serão explorados os pilares fundamentais da transição energética e o papel crucial da comunicação na promoção de soluções sustentáveis e inovadoras.


Nos últimos 50 anos assistimos a avanços tecnológicos extraordinários. Entre 1960 e 2023, o PIB mundial cresceu mais de 77 vezes, com uma média anual de crescimento na ordem dos 8,1% (1). Um aumento impressionante, impulsionado pela globalização, industrialização, progresso tecnológico, crescimento populacional e pelo surgimento de novas economias.

Este crescimento trouxe consigo inúmeros benefícios: produzimos mais, inovámos mais, conectámos o mundo e retirámos milhões de pessoas da pobreza. Surgiram novas potências económicas e tecnologias que transformaram por completo sectores como a agricultura, a indústria e os serviços — até à revolução da inteligência artificial.

Mas tudo isto exigiu energia. Muita energia. Entre 1980 e 2023, o consumo mundial de eletricidade quase quadruplicou — passando de cerca de 7.000 para mais de 27.000 TWh (2). A produção elétrica global acompanhou esse ritmo, crescendo de forma exponencial, embora com uma forte dependência de fontes fósseis. Apesar da evolução das energias renováveis, estas ainda não compensam o volume massivo de eletricidade gerado a partir do carvão e do gás natural (3).

O que este cenário nos revela é claro: o crescimento económico, alicerçado num modelo energético intensivo em carbono, teve — e continua a ter — um elevado custo ambiental. As emissões anuais de CO₂ resultantes da queima de combustíveis fósseis aumentaram cerca de 233% entre 1960 e 2023.

Em 2024, as emissões globais de CO₂ atingiram um novo recorde, com cerca de 41,6 giga toneladas, e as concentrações atmosféricas de CO₂ chegaram a 424,61 partes por milhão (ppm) — um valor 50% superior aos níveis pré-industriais. Os sinais são preocupantes.

Para enfrentar este desafio, é essencial adotar estratégias de descarbonização e mudar o nosso modelo de desenvolvimento rumo a uma economia de baixo carbono. Nenhum governo conseguirá percorrer este caminho sozinho — é necessária a contribuição e a cooperação de todos. As empresas têm um papel particularmente relevante a desempenhar. A procura por soluções energéticas mais limpas e eficientes não deve ser encarada como um custo, mas como um investimento no futuro. A produção descentralizada de energia renovável, como a solar e a eólica, o armazenamento de energia, a mobilidade elétrica, a gestão inteligente da energia e a implementação de medidas de eficiência energética são apenas alguns exemplos de áreas onde a economia pode — e deve — equilibrar-se com a ecologia. A médio e longo prazo, as empresas não só reduzem a sua pegada carbónica como também alcançam poupanças financeiras significativas.

Crescimento económico e sustentabilidade não são objetivos opostos — são, cada vez mais, duas faces da mesma moeda.

A digitalização é um motor essencial da transição energética. A tecnologia permite desenhar centrais de produção com maior precisão, otimizar recursos e prever o comportamento dos sistemas em diferentes cenários. Durante a operação, o controlo em tempo real assegura que a produção cumpre os rácios definidos, permitindo corrigir rapidamente qualquer desvio. Ferramentas como os Digital twins criam réplicas virtuais dos sistemas físicos, possibilitando testes e melhorias sem risco para a operação real — aumentando a eficiência e reduzindo perdas.

Na gestão da energia, o papel da digitalização é cada vez maior. Sistemas inteligentes recolhem e analisam dados de consumo em tempo real, identificando padrões, ineficiências e oportunidades de otimização. Desta forma, as empresas conseguem ajustar consumos, programar equipamentos fora das horas de ponta e integrar fontes renováveis de forma mais eficaz. Com o apoio da inteligência artificial, é já possível antecipar o comportamento energético de edifícios, fábricas ou redes de carregamento e ajustar a operação de forma dinâmica — tornando a gestão da energia mais eficiente, preditiva e sustentável.

Estes 3D: Descarbonizar, Descentralizar e Digitalizar são essenciais na transformação do modelo económico para uma sociedade de baixo carbono. Juntos, impulsionam uma nova forma de produzir, consumir e gerir energia — mais limpa, eficiente e resiliente — aproximando-nos de um futuro mais sustentável e competitivo.

Fontes:

(1) World GDP 1960-2025 | MacroTrends

(2) Global electricity consumption 2023 | Statista

(3) World electricity generation since 1900 – Visualizing Energy 

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