Este artigo foi escrito por Marta Jordão, engenheira e diretora comercial na Helexia Portugal, para a Ambiente Magazine. Nele, explora-se a evolução do papel dos engenheiros no setor da energia, destacando a importância da comunicação e da visão estratégica na criação de soluções verdadeiramente impactantes para os clientes.
Os engenheiros são mestres da técnica — projetam, calculam e resolvem problemas complexos com precisão. No entanto, a visão de que a engenharia se resume exclusivamente ao domínio de fórmulas e algoritmos é limitada e desatualizada. Hoje em dia, não basta ter conhecimento técnico. O mercado exige engenheiros que saibam ouvir, fazer as perguntas certas, compreender as necessidades do cliente e oferecer soluções personalizadas.
Veja-se o caso da transição energética — um setor dinâmico, onde não chega desenvolver soluções eficientes; é preciso garantir que estas chegam ao mercado e respondem às reais necessidades das empresas. A concorrência é forte, as opções são muitas e, frequentemente, os clientes nem sabem exatamente do que precisam. Por isso, além do conhecimento técnico, os engenheiros têm de assumir um papel mais ativo na angariação e retenção de clientes, demonstrar o valor das soluções que propõem e assegurar que estas se traduzem em benefícios concretos para cada negócio.
Significa isto que a comunicação é, atualmente, tão importante quanto o domínio técnico. E é esse equilíbrio que transforma engenheiros em verdadeiros parceiros estratégicos dos clientes. Mas, atenção: comunicar bem não é apenas uma questão de simpatia ou extroversão. Trata-se de interpretar desafios, antecipar necessidades e traduzir soluções complexas numa linguagem clara e relevante para quem decide. No fundo, de nada serve ter a melhor solução se o cliente não a compreende, não confia nela e não a vê como essencial para o seu negócio.
No mundo da energia (como em muitos outros), os engenheiros que têm conhecimento técnico e a habilidade de comunicar de forma eficaz são, sem dúvida, fundamentais para impulsionar a transformação do setor. E as empresas só têm a ganhar na contratação destes trabalhadores. Afinal, a inovação não é apenas sobre criar novas tecnologias, é também entender o contexto em que elas serão aplicadas e estabelecer uma conexão genuína com aqueles que vão beneficiar delas.
