De boas energias estão (alguns) edifícios cheios

Diretiva de Eficiência Energética Energia

No seu artigo de opinião para o RePortugal | Vida Imobiliária, Bruno Catela explora o conceito de Energia como serviço (EaaS) e o seu impacto na eficiência dos edifícios de serviços, como hotéis, hospitais e centros comerciais. Através deste modelo inovador, é possível reduzir consumos, otimizar recursos e aliviar encargos operacionais, permitindo que as empresas se concentrem no seu core business. Com exemplos práticos, o artigo demonstra como a adoção do EaaS fortalece o compromisso com a transição energética, garantindo benefícios económicos e ambientais.


Energy as a Service” (EaaS, para facilitar) é um jargão técnico que parece reservado a especialistas. Mas, na realidade, é uma abordagem simples que torna a otimização energética mais acessível para vários setores de atividade, embora aqui me foque nas suas vantagens para os edifícios de serviços, como os centros comerciais, os hospitais ou os hotéis.

Este é um modelo de negócio e abordagem de mercado que se tem consolidado como uma solução inovadora para transformar o consumo energético deste tipo de edifícios em referências de eficiência e sustentabilidade.

Como? Um exemplo prático é o de um hotel de cinco estrelas, em Lisboa, com mais de 40 anos de existência, 300 quartos, áreas de eventos para até 750 pessoas e sistemas complexos de climatização e aquecimento, enfrentava – naturalmente – elevados custos energéticos e desafios operacionais. O hotel optou, assim, por um contrato de EaaS como a melhor solução para obter resultados económicos e operacionais, evitando o desperdício energético.

Para resolver o problema, foram propostas soluções abrangentes que incluíram a instalação de sistemas fotovoltaicos, retrofits nos sistemas de climatização e aquecimento, e a implementação de tecnologias como bombas de calor e automação. Aqui, a abordagem EaaS revelou-se particularmente vantajosa, pois transferiu o investimento operacional e as responsabilidades de manutenção para uma Empresa de Serviços Energéticos (ESE), garantindo ao hotel uma redução de 47% no consumo de gás natural e uma diminuição de 28% nas emissões de CO₂. A escalabilidade do modelo permitirá ainda um aumento na performance energética em 10-15%, quando comparado com uma solução padronizada.

No fundo, o EaaS é um serviço de mitigação de riscos, com o qual estes edifícios não precisam de se preocupar com a gestão técnica ou com investimentos elevados em infraestrutura. Desta forma, o foco do hotel permaneceu na experiência do cliente, enquanto o parceiro fornecedor de EaaS se responsabilizou por toda a operação. Esta garantia de performance operacional significa que as equipas internas de manutenção verão esta parte da sua carga de trabalho aliviada, possibilitando o foco noutras tarefas.

Outro benefício é a redução de custos. Através da otimização do consumo de energia, uso de fontes renováveis e tecnologias de monitorização, este modelo assegura que os edifícios possam gerir os seus recursos energéticos de forma mais eficiente e transparente – tudo isto sem necessitar de grandes desembolsos iniciais. Por outras palavras, se um hotel investir a mesma quantidade de dinheiro no seu negócio base (número de camas, serviços extra ao hóspede, etc.), terá um maior retorno financeiro do que se investisse essa quantia no projeto de eficiência energética.

Apesar de algumas barreiras ainda existentes, como a falta de literacia sobre os benefícios do modelo a resistência a confiar componentes operacionais a parceiros, o potencial transformador do EaaS é inegável; combina desempenho económico e ecológico, ao mesmo tempo que fortalece o compromisso destes edifícios para com a transição energética e a responsabilidade ambiental.

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