A arte de bem receber (numa empresa)

Percorrer os corredores de um escritório pela primeira vez é entrar num mundo de pequenos rituais que todos parecem dominar – todos, menos o novato.

a arte de bem receber

Arte de liderar e inspirar: neste artigo, escrito para a Human Resources, exploramos como as empresas podem alinhar propósito e desempenho para criar ambientes de trabalho mais humanos e sustentáveis.

Por Maria João Melo, directora de Recursos Humanos na Helexia Portugal

“Cá dentro inquietação, inquietação/ É só inquietação”, cantava o artista José Mário Branco, em 1982. Talvez seja essa a melhor palavra para descrever os sentimentos de alguém no seu primeiro dia numa empresa nova: um estado de nervosismo e desconforto que se instala sem convite, mas que também desperta garra, uma vontade de provar o valor, de abraçar o novo.

Percorrer os corredores de um escritório pela primeira vez é entrar num mundo de pequenos rituais que todos parecem dominar – todos, menos o novato. É como começar a ver uma série na 10.ª temporada. Mas esta é, na verdade, uma oportunidade única para as organizações. Um bom onboarding, que é como quem diz um programa de integração, pode ser uma ferramenta valiosa não só para garantir o bem-estar e o sucesso dos colaboradores, como, consequentemente, da própria empresa.

Eu explico. Ao ser bem recebido pelos empregadores, o recém-contratado sentir-se-á ouvido e apoiado e percebe que não é só mais um número, mas sim alguém que foi escolhido com base no seu potencial, e que terá a oportunidade de crescer e contribuir para o sucesso colectivo. Mas como é que isto se materializa?

Ora, em primeiro lugar, um bom onboarding reduz o tempo necessário para que o colaborador se torne produtivo, uma vez que este se sente imediatamente acolhido e orientado. Além disso, aumenta a sua motivação e envolvimento, o que por sua vez poderá resultar numa maior retenção de talento. Quando os colaboradores se sentem parte da cultura da empresa desde o início, a probabilidade de se manterem a longo prazo é muito maior. E há mais: um onboarding bem estruturado também permite à empresa transmitir, de forma clara e eficaz, as suas políticas internas e práticas de trabalho, o que ajuda a evitar mal-entendidos ou erros que possam surgir pela falta de conhecimento.

Parte essencial desse processo é garantir que o novo colaborador tenha a oportunidade de conhecer e interagir com todas as áreas, incluindo as operacionais. Isso inclui apresentações individuais de cada departamento, permitindo que o novo membro compreenda como o seu trabalho contribui para os objectivos comuns da empresa.

Vale ainda reforçar que a integração não termina no primeiro dia. Seguindo uma lógica de melhoria contínua, é recomendável fazer um ponto de situação ao fim de três meses para perceber como é que o colaborador se sente, se já se encontra verdadeiramente integrado, e se há aspectos que possam exigir mais atenção.

Portanto, o onboarding não é apenas uma formalidade, mas uma estratégia essencial para o sucesso organizacional. Cria as bases para uma equipa coesa, motivada e alinhada em objectivos, assegurando que todos estejam prontos para enfrentar os desafios e crescer em conjunto. Cabe-nos a nós, que já fazemos parte da equipa há mais tempo, o papel de receber e apoiar quem chega. Afinal, todos fomos novatos em algum momento.

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