Consultando dados relativos ao consumo de energia e emissões de CO2 nas atividades de alojamento em Portugal, verifica-se que o consumo de energia tem vindo a aumentar incentivado pelo aumento do número de visitantes e dinamismo do setor, exceção para os anos de pandemia, que é bastante visível e claro no gráfico.
Analisando o tipo de energia utilizado pelo setor do turismo, temos que 68,9% tem como origem energia elétrica, 18,4 % Gás Natural e 12,5 % gás propano
Relativamente às emissões de CO2
Fonte: travelbi
Dados relativos a 2018 publicados no “Guia Neutralidade Carbónica nos Empreendimentos Turísticos” refere que em 2018 os alojamentos turísticos foram responsáveis por 27% das emissões de Gases com Efeitos de Estufa (GEE) dos edifícios de serviços, o que é um peso significativo e que deve ser endereçado.
A climatização (aquecimento, arrefecimento e ventilação) é apontada como responsável de 50% dos consumos de energia dos hotéis, seguido pelo aquecimento de águas para fins sanitários (AQS) com um consumo entre 15 a 25% do total.
A iluminação tem consumos entre 12 a 18% do total e pode corresponder a 40% do consumo de energia elétrica. A cozinha, lavandaria e instalações desportivas e de saúde também são grandes consumidores de energia, em particular quando os aquecimentos são menos eficientes.
Na maioria dos hotéis de 5 e 4 estrelas, a energia elétrica tem maior peso no perfil de consumo.
Reduzir as emissões, um desígnio global
De acordo com a International Tourism Partnership (ITP, 2017), a indústria hoteleira global terá de reduzir as suas emissões de GEE por quarto por ano em 66% em 2030, em relação aos níveis de 2010 e 90% em 2050. De acordo com este relatório, em média, 50% da redução precisará ser alcançada internamente, através de medidas de eficiência energética, energia renovável e outros mecanismos de mitigação, sendo os restantes 50% alcançado por meio de melhorias externas da rede de eletricidade.
Artigo escrito por João Guerra, Marketing Director da Helexia Portugal, para o Case Study “Descarbonizar o Turismo”. Este case Study faz parte da iniciativa de Think Tank “Inovação energética e a competitividade setorial” realizada em parceria com a Helexia, Deloitte, PMLJ e jornal ECO.